Labirinto das Almas: A Diretoria Geral dos Índios. Política indigenista em Mato Grosso (1831 a 1889).

Autor: 
LEOTTI, Odemar,
Resumo: 

Esta dissertação tem por objetivo a análise da política indigenista em Mato Grosso de 1831 a 1889. Apesar do seu projeto de desenvolvimento propor ser evolutivo e contínuo, na prática este evento, foi carregado por rupturas, onde cada cultura apropriou-se do discurso colonizador de acordo com suas modalidades receptivas. O Estado Imperial, ao editar o regulamento 426, que orientava a instituição da Diretoria Geral dos índios, sonhava incorporar as sociedades indígenas ao projeto povoador do século XEX, O governo provincial por sua vez, ao tentar coloca-lo em prática, sofreu uma pressão ditada pela sua diversidade interior que impediu sua consumação de forma harmoniosa. A Missão de N. S. do Bom Conselho e a Normal de Miranda, na região do Baixo Paraguai, um dos objetos delimitados para estudo, foi palco de uma política indigenista carregada de descontinuidades, marcadas pelos limites de um saber que se arrogava como sendo único e verdadeiro. Esta política ao sentir esta região sofrer sua desintegração com a invasão paraguaia, volta sua força contra outras sociedades, principalmente os Bororó Coroados, obstáculos à construção de estrada para as províncias do sul. A multiplicidade cultural dos povos locais, que, no discurso colonizador, aparecia como de fácil domínio, tornou-se com o tempo, algo enigmático e incaptável, garantindo com isso descontinuidade e tensão ao projeto colonizador.

Referência: LEOTTI, O. Labirinto das almas: a diretoria geral dos indios - politica indigenista em Mato Grosso (1831 a 1889). 2001. 335 p. Dissertação (mestrado em história) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas, Campinas, SP.

 

Palavras-chave: 
Historiografia , Índios da América do Sul - Brasil , Catequese.